Frutose: o que é e o que ela faz no corpo?

O que é frutose?

A frutose, ou levulose, é um tipo de açúcar simples encontrado abundantemente em frutas, mel e vegetais. Embora seja um componente natural e mais saudável, seu consumo exagerado pode ser problemático, especialmente quando adicionado aos produtos industrializados.

É frequentemente utilizada na indústria alimentícia devido à sua alta solubilidade em água, baixo custo e grande capacidade adoçante.

Adicionada em grandes quantidades em produtos, como sucos, água de coco, bebidas e até mesmo alguns alimentos sólidos. Podendo resultar em seu consumo excessivo de frutose sem que a pessoa perceba.

Quando consumida em excesso a levulose pode contribuir para o ganho de peso. Isso ocorre porque ela é metabolizada principalmente no fígado e pode estimular a produção de células de gordura quando em excesso.

O que a frutose faz no nosso corpo?

Ao ser metabolizada no fígado, a frutose desencadeia uma série de processos que podem impactar significativamente o funcionamento do nosso corpo.

Em grandes quantidades, ela estimula o fígado a produzir ácidos graxos, aumentando a síntese de triglicerídeos, que são liberados na corrente sanguínea, resultando em acúmulo de gordura no fígado, conhecido como esteatose hepática.

Além de ser uma fonte de energia que pode substituir outros carboidratos na dieta, a frutose também tem um efeito catalítico, ou seja, pode estimular a translocação da enzima glicoquinase para fora do núcleo das células hepáticas.

Esse processo é importante na fosforilação da glicose, uma etapa determinante no metabolismo hepático desse açúcar. Em pessoas saudáveis, em doses baixas de frutose o teste de tolerância à glicose pode aumentar significativamente a tolerância à glicose.

Mas em mulheres pós-menopáusicas, pessoas com hiperinsulinemia e com diabetes tipo 2, a ingestão da substância pode resultar em hipertrigliceridemia, um aumento nos níveis de triglicerídeos no sangue.

O excesso de frutose também pode desencadear intolerância alimentar, um distúrbio causado pela má absorção da frutose pelas células intestinais. Isso pode ocorrer em qualquer fase da vida, geralmente associado ao estresse ou a problemas intestinais.

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A frutose faz mal?

É mais perigoso quando a substância é artificialmente adicionada em alimentos processados, frequentemente derivado de xarope de milho.

Seu consumo excessivo tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, aumento dos níveis de ácido úrico no sangue e um maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. 

O que é ser intolerante à frutose?

Quando o organismo não consegue metabolizar adequadamente a frutose, podem ocorrer sintomas desagradáveis, como dor abdominal, inchaço, diarreia e desconforto gastrointestinal.

As causas da intolerância à frutose podem ser diversas. Em alguns casos, a genética é a culpada, com mutações nos genes que controlam a produção da transportadora GLUT-5, responsável pela absorção da frutose no intestino. 

Essa deficiência impede que o corpo processe a frutose de forma adequada, levando ao acúmulo do açúcar no intestino e aos sintomas típicos da intolerância.

Mas nem sempre a genética é a única responsável. Fatores externos também podem desencadear ou agravar a intolerância, como:

• Intestino irritável;
• Doença celíaca;
• Disbiose;
• Excesso de processados.

O tratamento se concentra principalmente em reduzir a ingestão de frutose e aliviar os sintomas. As principais medidas de cuidados incluem:

• Dieta com restrição de frutose;
• Ficar atento a leitura de rótulos;
• Buscar orientação profissional para criar um plano alimentar;
• Fazer uso de probióticos pode ajudar a restaurar o equilíbrio das bactérias intestinais e melhorar a digestão da substância;
• Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários para controlar os sintomas, como antidiarreicos, analgésicos e anti-inflamatórios.

Qual a diferença entre a glicose e a frutose?

Embora a glicose, a frutose e a galactose compartilhem a mesma fórmula química, C6H12O6, elas apresentam estruturas moleculares diferentes, tornando-as isômeras uns dos outros.

A glicose é a nossa principal fonte de energia, encontrada em diversos alimentos, como frutas, legumes, grãos e até mesmo no leite materno. 

No corpo, a glicose é transportada para as células, onde é "queimada" para produzir energia na forma de ATP, que seria como a moeda energética das células.

Por outro lado, a frutose é um tipo de açúcar encontrado principalmente nas frutas. Ela é mais doce que a glicose. No corpo, a frutose é metabolizada no fígado, onde pode ser convertida em glicose para fornecer energia ou em outras moléculas.

Já a galactose, por sua vez, é menos comum e geralmente está presente em alimentos como laticínios.

Quais os alimentos ricos em frutose?

Alguns exemplos de frutas ricas em frutose por aproximadamente 100 gramas incluem:

• Manga com 8,5g;
• Uvas com 8,1g;
• Lichias com 7,8g;
• Maçã com 7,5g;
• Banana com 7g;
• Caqui com 6,4g;
• Laranja com 4,4g;
• Ameixa com 3,8g.

Embora a frutose seja um açúcar, as frutas são naturalmente enriquecidas por outros nutrientes que beneficiam a saúde. O consumo dessas frutas, com moderação, pode fazer parte de uma dieta balanceada e nutritiva.

Ultraprocessados que são ricos em frutose adicionada, não possuem os benefícios das fibras e nutrientes presentes nas frutas e podem trazer diversos riscos à saúde. Alguns exemplos que podemos citar são:

• Refrigerantes;
• Sucos de caixinha ou em pó;
• Molhos industrializados;
• Mel artificial;
• Chocolates;
• Salsichas;
• Presuntos.

Sempre importante ficar atento aos rótulos, desde de outubro de 2022, foram implementadas novas diretrizes de rotulagem nutricional, com o intuito de tornar as informações contidas nos rótulos dos alimentos mais compreensíveis.

Junto disso, evite consumir produtos que possuem alto teor de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio.

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Qual a quantidade ideal de frutose diária?

A recomendação geral é de 2 a 3 porções de frutas inteiras por dia, junto com a casca e o bagaço sempre que possível.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu uma ingestão diária recomendada de frutose de até 25 gramas. No entanto, os dados indicam que o consumo médio diário de frutose pelo brasileiro está bem acima desse limite, cerca de 80 gramas por dia.

Embora as frutas sejam uma parte essencial de uma dieta equilibrada, o consumo excessivo da substância presente pode contribuir para problemas de saúde, como ganho de peso, resistência à insulina e doenças metabólicas.

Apesar da importância de consumir frutas diariamente, as quantidades devem ser controladas especialmente quando se trata de dietas de emagrecimento ou alimentações planejadas para pessoas com diabetes.

Por fim, lembre-se que o segredo para tudo é manter o equilíbrio e consumir com moderação. O ideal sempre é ter o auxílio de um profissional para ter um plano alimentar ideal completo e pessoal.

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Referências

1. Intolerância à frutose: sintomas e como lidar — Padrão Medicina diagnóstica e Personalizada;
2. Frutose em humanos: efeitos metabólicos, utilização clínica e erros inatos associados — Scielo;
3. Fructose in humans: metabolic effects, clinical utilization, and associated inherent errors — Scielo;
4. Frutose e doenças cardiometabólicas — Universidade Federal Fluminense.